VÉU DO AMOR
(Sócrates Di Lima)

O véu que cobre a cabeça,
Cobre uma face bonita,
E desde que amanheça,
O dia  sem véu grita.

Grita alegria,
Grita poesia,
Grita fantasia,
No grito antagônico da nostalgia.

E o véu que cobre a face,
Esconde o sorriso,
Como um disfarce,
Um olhar de paraiso.

Não é uma burca qualquer,
Nem um véu de noiva,
Um véu feito mulher,
Que cobre a vida que se renova.

Como o véu que um corpo cobre,
Um corpo de fêmea,
De uma mulher nobre,
De alma idônea.

Véu da vida,
Como o envólucro do coração,
Que de tanta alegria faz guarida,
Que cobre tanta emoção.

O véu que cobre o amor,
Cobre o que a vida tem de melhor,
Cobre até o pudor,
Que sem o véu da volupia seria pior.

O véu que cobre a vergonha,
Talvez de quem não a tenha assim,
 Mas não deixa de ser enfadonha,
Não ter a vontade de se cobrir de mim.

Na verdade,
Nua e crua,
O véu não passa de uma realidade,
Que cobre a minha vida e a tua.

E esse véu feito da pele fina da vida,
Que cobre o amor com toda a leveza,
Há de descobrir todo o teu corpo querida,
Que cobrirei com o véu da minha nudez com certeza.
 
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 15/06/2012
Código do texto: T3725349
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