Sonata Desnuda

Uma porção do meu verso

É o sol alimentando faces e jardins,

Na tertúlia que destina ao cálice,

Mais um pranto de vida, mais uma légua

A ser percorrida pela divindade alma!

A outra porção é avesso canção!

É o raio de luar riscando na pauta

A nudez, a meiguice da pele perolada

No cheiro de jasmim, nas fantasias

Que o âmago inventa quando escreve poesia!

Quando, da chuva, o dia amanhece,

O lábio sentiu da centelha a obra dos deuses,

Viajando em naus e codinomes mensurados,

Sublimados à margem do porto solidão,

Canduras que o sentimento ensina a beber!

Se a madrugada vem inundando a noite,

É porque a pele se mesclou ao poema

Criado nas galáxias, vista somente pelo amor

Nascido nas vertentes de outrora,

Ora papel, ora palavra crua, sonata desnuda!

14/06/2012

Porto Alegre - RS