GOTAS
Brotam de mim venenos cuja intensidade transporta vida
Que me deixam sem saída perante a vastidão do mar que se apresenta
No ar que reinventa o movimento de chegada na partida
Na lágrima inibida que qual bebida meu cálice alimenta!
Para induzir meu ser a voos rasos no que houver de mais imenso
A cada olhar intenso que traz revolução ao meu ruir
Que posso deduzir em tudo que te traz ao que eu penso
Que a face beija-me qual lenço, querendo até meu senso possuir!
Formando um oceano de cada orvalho produzido e gotejado
No qual segue hidratado o sonho mais plausível dentre os pesadelos
Que despedaça seus modelos, que grita no que tem silenciado
Porém esparramado nas correntezas de seus maus conselhos!
A rocha bruta, esculpida tão somente pelas águas de sua fé
Que ama e quer, que sonha e dorme quando acorda
Que não aprova e nem discorda do que lhe nega enquanto é
Onde a mais linda mulher de seu peito sempre brota!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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