Dez silabas poéticas
Te enlaço com os meus dois braços
E logo junto tua mão à minha
E te aperto muito num abraço
Para nunca te sentires sozinha
Te enlaço como nada existisse
E só nós dois fossemos viventes
Embuçados em nossas maluquices
E que só os apaixonados sentem
Teu corpo branco qual tela vazia
Hospitaleira às artes mais belas
Que vão do prazer até alegria
Dos que untam a esta tua tela
E no teu pescoço maravilhoso
O qual devia sempre ser beijado
Como teu corpo sempre desejado
Envolto num sentimento gostoso
Teu corpo que abriga a cintura
Como graça do teu corpo esguio
Que por vezes me leva a loucura
E em outras me esconde do frio
Me encolho na cama d`alvorada
Como se eu pudesse me amar
E meu amor fosse a almofada
Qual bastante insisto abraçar...
Hoje vejo as tuas costas belas
E o meu abraço que nos aquece
Beijo da tua boca até elas
Como se noutro mundo te pusesse
E você me sente em tua pele
E sempre tem sentimento de mim
Que no amor, verdade se revele
E dele nunca teremos um fim
Meu quente corpo que a ti abriga
Segura, desfalecida no peito
Descansa em mim tua alma renascida
No nosso ledo amor imperfeito
E tu capotas em letargia
Como de quem merece descansar
Olho a janela com agonia
De quem amanhã tem que acordar
Lento, acaricio teu cabelo
Querendo fazer dormires em paz
Vigio o teu sono para vê-lo
Por muitos dias, assim mais e mais!