ULISSES
Nunca na minha vida
Houve nada de tão belo
E tão louco.
Belo,
Na harmonia desconhecida.
Louco,
Por estar a vive-la contigo.
Não existirá nunca
Outro território para a paixão,
Se não o Mar.
Perde-se um pouco da alma
No percurso dos pensamentos e gestos,
Porque daí para a frente
Resta-nos o nome
Do pecado e do perdão.
Curvo-me para te dizer ao ouvido:
- Não quero.
Ou será antes,
Não quero, nunca mais que te vás embora?...
De súbito,
A primeira noite nupcial.
Compreendera que nunca mais
Ia ser a mesma mulher.
Ulisses dera-me a mão...
Segurei-a com força,
Querendo receber dela
O arrepio que me atravessava os ossos.
Estava exausta,
No caminho que levava ao delírio.
A vida era
Verde, azul e branca
Tornando eterna a minha paixão por Ulisses.
A beleza da paisagem
Despertava em mim
O instinto da criação,
O meu lado feminino e sensível:
A água excitara a minha natureza,
Semeando nela
O prazer,
A energia,
O Sentimento das núpcias…
Sim, era um regresso
Às origens
Ao universo primitivo
Da paixão pela vida.
Em homenagem a um grande Guerreiro Grego, que venceu grandes batalhas, sempre com o objectivo de voltar aos braços da mulher amada "Penélope". O meu amor por Ulisses será eterno.