A entrega
Depois que perderes essa luta,
Luta inglória que travas consigo;
Dirás então, solidão filha da puta,
Toma teu joio, é tempo de trigo...
Meu anseio é que tal dia venha,
Virando de vez o placar do jogo;
Que vale um caminhão de lenha,
passando frio, por falta de fogo...
Essa droga do medo de ser feliz,
Desfila airosa vestida de sensatez;
Tapa o sentir nas palavras que diz,
Mas, o não dito, fala, por sua vez...
O lado direito da cama será para ti,
Ou, se preferires, eu mudo de lado;
Mas, quando a gente for se divertir,
O esquema ficará meio bagunçado...
O vinho maturou, você não degusta,
Posto que a taça, está preparada;
O bicho papão que agora assusta,
É só uma entrega que está atrasada...