Dia Especial
Não sei porque, hoje os meus olhos não cintilam estrelas 
Nem meu corpo moreno se sente orvalhado de beijo 
Nem minha boca é doce feito amora colhida do pé 
Não! Minha alma não veste sede, nem vermelha, nem preta
 
A paixão adormecida, me faz um mármore frio 
Minha alma surrada, de destratos e de covardia 
me impele a seguir fria 
numa marcha ao lado do amor 
 
Um amor feio, de amarguras, calado e assumido 
Um erro que premedito toda vez que concedo 
que cedo, que me amarro às coisas que deviam 
ter passado e no passado deixadas esquecidas 
 
Os namorados se beijam e festejam 
Enquanto eu retorno ao meu mundo 
cheio de um amor verdadeiro 
Incompleto e imperfeito
 
Porque esse é o amor que eu conheço 
E me dispara o tiro ao peito, 
e sangro insône lembrando de amores 
Que só foram tiros de festim
 
Eu me recolho e me aconchego ao peito amargo 
que me acolhe, sem saber de onde eu vim
ou porque trago oculta essa cicatriz 
 
 
 
 
 
Cristhina Rangel.

Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 12/06/2012
Código do texto: T3719884
Classificação de conteúdo: seguro