Dia Especial
Não sei porque, hoje os meus olhos não cintilam estrelas
Nem meu corpo moreno se sente orvalhado de beijo
Nem minha boca é doce feito amora colhida do pé
Não! Minha alma não veste sede, nem vermelha, nem preta
A paixão adormecida, me faz um mármore frio
Minha alma surrada, de destratos e de covardia
me impele a seguir fria
numa marcha ao lado do amor
Um amor feio, de amarguras, calado e assumido
Um erro que premedito toda vez que concedo
que cedo, que me amarro às coisas que deviam
ter passado e no passado deixadas esquecidas
Os namorados se beijam e festejam
Enquanto eu retorno ao meu mundo
cheio de um amor verdadeiro
Incompleto e imperfeito
Porque esse é o amor que eu conheço
E me dispara o tiro ao peito,
e sangro insône lembrando de amores
Que só foram tiros de festim
Eu me recolho e me aconchego ao peito amargo
que me acolhe, sem saber de onde eu vim
ou porque trago oculta essa cicatriz
Cristhina Rangel.