Poetisa? Eu?
Não sou poetisa
E entendo praticamente nada de rima
Pena que estes são versos simples
Sem rebuscamento formal padronizado
Sem rimas ricas, tampouco raras
Quem dera ser uma parnasiana nata
Para escrever finos versos, temperados
Requintados, bem trabalhados, métrica cuidada
No paroxismo de um Machado de Assis
Ser tão cuidante dos mesmos quanto o ourives
É do ouro como jóia rara...
Como posso dizer?
Escolho sofrer, chorar?
Prefiro não esconder!
Solidão, quem pode evitar?
Pois se alma suplica a presença
O corpo anseia o toque
Mas o racional condiciona o desejo a uma distância física
O limite fica restrito às palavras
E não há ser humana que suporte
Talvez me definam como não altruísta
Outros como egoísta
A verdade é que o medo mora perto das idéias loucas
E se louco for, nessa condição, te querer
Concluo que não tenho medo
E sou louca por você...