Meu "segredo" de amor
Eu poderia entregar todo o serviço,
Mas não falo nada, nem sob tortura;
Dizendo a todos que és o meu vício,
Que todo em tempo eu penso nisso,
Todavia, não digo, prefiro amargura...
Poderia até dizer que sonho contigo,
Com sono, ou nos braços da insônia;
Que sem ti eu estou correndo perigo,
Na real, peço, quando ofereço abrigo,
Porém, fico gelado como a Patagônia...
Conheço seu time favorito, seu signo,
E algumas coisas que achas o cúmulo;
Mas, mesmo ferido por tumor maligno,
sonego que te amo, permaneço digno,
Solidão tortura, mas, sou um túmulo...
Já ouvi que, “il silenzio uccide le parole”*
Mas, pode matar palavras sem o silêncio;
basta que gastemos com um papo mole,
temendo, não digo, nem que me degolem,
porém, que eu só penso em ti, isso penso...
És a tinta que dá sangue à minha caneta,
sem a qual, eu sequer, poderia escrever;
contudo, evito o espalhafato, a trombeta,
assim, fora dos habitantes desse planeta,
ninguém mais, ninguém, poderá saber...
* O silêncio mata as palavras (Italiano)