SAUDADES DA AMADA
O sábado pela manhã era sagrado
Ela saía para feira
Comprava frutas, verduras e legumes
Para durar a semana inteira.
Assim que chegava
Preparava o almoço com carinho e zelo
E ficava esperando
Seu fiel companheiro.
Sentados à mesa para almoçar
Agradecia o alimento
A vida e o casamento
E era tradição
Fazer uma sagrada oração.
Depois que arrumava a cozinha
Com tudo organizado
Ambos iam descansar
Dormir
Namorar...
Assim vivia o casal
Que se amavam de paixão
Porém depois que ela se foi
A vida ficou sem razão!
Agora arrumava tudo sozinho
Depois ia fazer a sesta
Embora com tudo pronto
Para si exclamava:
Aqui agora nada mais presta!
A casa toda arrumada
Cada coisa em seu lugar
Deitava na rede da varanda
E ficava a meditar...
As horas passavam...
Ele balançava para lá e para cá
E com saudades da amada
Calado se punha a chorar!
Chorava horas a fio...
De saudade, tristeza e dor
Assim ele vivia
Depois que perdeu seu amor.
Deitava na cama e não dormia
Rolava a noite inteira
A saudade o incomodava
E novamente ele chorava
A falta da companheira!
E assim passaram dias, meses, anos.
E ele calado
Pensativo
Sério...
Sem seu amor
A vida era um mistério.
Balançava na rede pensando nela
Com frequência a cena se repetia
Calado e solitário...
Ele apreciava o canto da cotovia!