Vira rua a solidão
vira rua a solidão
número um
casa de cor púrpura de janelas fechadas
não vêem a luz a muito tempo
o coração gelado,a pele seca
a cadeira que balança em silêncio,
no chão um gato espera o leite
as frutas caídas no pomar
dão de comer a solidão,que se repete
no terceiro estrofe,da página um,do capítulo
que não tem nome
viro de lado a cama ainda é grande demais
o que aquece são as lembranças
de ter alguém,de volta a ocupar esse lugar
não me queixo dos que passaram na minha vida
o que lamento é que ninguém ficou pra dividi-la comigo
os cabelos brancos,não enganam mais ninguém
os passos curtos,são para deixar a morte bem distante,
ainda vamos conversar,mas não agora.