Do sonho

Ó desesperada criatura

ama-me no seio da noite e depois abandona-me

abandona-me assim

sem mais porquês...

desce embriagada o véu

da tua mágoa

e pulsa

gigante enternecido

entre meus seios

e cego,

se lança

se lança

e fica a teimar dançando

a dança lenta das horas

e insandece, ó doce

ó mais amada...

derrama o gosto acre do teu prazer em minha boca

e se vai...

se vai

como água da chuva que se vai terra adentro

como o rio que incessante desce para o mar

como a noite que se vai

se vai a cada amanhecer...

mas por que te vais

se nunca vieste

se nunca vieste, amor

nunca vieste...

Cacau Segobia
Enviado por Cacau Segobia em 08/06/2012
Reeditado em 13/11/2012
Código do texto: T3713411
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