Dor
Preciso dar sinceridade
do novo mal que me abate.
Palpitações, tremores e febre.
Curei-me de ti, morro de outra.
Não me és mais maléfica
No entanto ela, novo vício
meu renovo do drama, volta da vida sofrida,
nova ferida dos meus dias.
Ela sim me esmaga,
subjulga-me incapaz de reerguer qualquer causa pessoal.
Perdoe-me, sei que fiz juras.
Padecer eternamente de ti,
mas foje-me a autoridade
a quem neste peito bate autônomo
a parte de qualquer trama
movido por fantasia, sonhos, desdém...
e escolhe outra dor,
precisa de outros pesares,
alimenta-se de novas mágoas.
Não é mais tua a palavra que me ofende
Foste um dia quem me despertava para a morte.
Cabe a outra o papel de minha dor.
Teus ataques ja não me ferem, perdestes o trato,
o amor em me acuar, sufocar e eu querer morrer.
Ofereceste-me vida e liberdade.
Quero um ríspido abraço,
Descompromissado com meu bem-estar
Dando-me o fôlego contínuo de paixão.
Preciso morrer a cada novo dia, sobreviver de sentimento assim.
Morrer com vontade.
Matar-me de amor!