Maculado Poema de Amor

O poente ainda está por vir,

Mas o mar e as marés se inebriam

Querendo da noite o abraço, o beijo,

Na clareza do luar e sua reverência

Ao caminhar prosaico das nuvens pela luz!

Do centro do canteiro

A flor de lis traz da mística o gole de vinho

Para a letra que tem sede do lirismo

Ecoando das macieiras ao longo da trilha

Semeada por Bragi em seus papiros!

Na simplicidade das aveludadas mãos,

A linha se perfaz no sentimento

Acariciando minh’alma mesmo que ao longe,

Sinto entre as cordas do coração a voz

Sublimando cada silêncio do gostar!

D’onde vem esta sinergia de amar

Causando-me dor por versos e avessos

Que só o âmago pode ouvir?

Oh! Maculado poema de amor!

Revela-me em esperança o que diz

Esta solitude úmida em meu rosto,

Sagaz pela aflição inundando-me sem preceitos,

Etéreo na fraqueza de escrever o sentir!

07/06/2012

Porto Alegre – RS

- Bragi, Deus da Sabedoria e da Poesia,

Mitologia Nórdica e protetor dos Trovadores