Sem Tempo
Minha vida, passa, pela tela do olhar,
e as estações chegam, alegria, tristeza,
infância, mocidade, a simples lembrança,
surgem pelo filme dos meus olhos,
deixando tudo, com a cor da esperança.
Meu cabelo, é o vento que a vida,
embranqueceu, e até fez nêle,trança,
presas com finas fitas de sombras,
com a mesma e sempre cor da esperança.
Minha face, são ondas tranquilas esperando,
sem sol, sem vento, chuva, só a bonança,
enquanto os lábios sempre sorrindo,
sorri a eterna e velha Esperança.
E minhas mãos presas na prece,
são como as asas de passarinho,
que as nuvens do céu alcança,
e correndo ao vento, ela dança,
a eterna, compassada, valsa Esperança.