Gosto de amor

E o corpo dobra, docemente,

Baila, escorre, instiga,

eu tomado de silenciosa gula,

sorvo simplesmente.

Perto, bem junto

mas proibido,

o cheiro é doce,

a cor per-feita de cobre quente,

a alma, ah! A alma,

dulcíssima.

Vem ,e mesmo de fora,

ante meus famintos olhos

remexe-me’as entranhas,

que antes quietíssimas,

mo davam paz estranha,

sem prazer nenhum.

Talvez por isso,

aceite o trato,

que desde sempre,

mesmo nunca feito,

é fato.

Quero-te sem poder,

sem te ter, tenho-te toda

mais que o teu ... não digo,

serei eu, um dia.

Não te possuo,

e isso nem me passa,

mas por ti mesmo,

pelas vontades loucas,

que dos teus olhos salta,

de quais só mesmo eu,

sou o autor,

dá-se-me toda.

E disso tudo,

sabe-o quem quer.

É nítido, brilha na rua,

não cabe segredo aí,

mas uns dissimulados monstros,

dizem-no pecado,

e forçam-na esperar....

talvez pela morte.

Roni Muniz
Enviado por Roni Muniz em 07/06/2012
Código do texto: T3710477
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