POEMA PARA UM LIVRO
Abro-te, oh! Livro, assim,
Como quem abre a porta,
A porta da própria casa;
Folheio tuas páginas,
Adentrando os seus cômodos,
E pra imaginação dando asas.
Abro-te, oh! Livro, assim,
Como se adentrasse em mim,
Em busca de meus segredos;
Folheio tuas páginas,
Procurando, em teus cômodos,
As origens dos meus medos.
Abro-te, oh! Livro, assim,
Pisando co’a ponta do pé,
Não por medo, mas por respeito:
E, se fores de poesia então!
Deixo tua porta escancarada...
E sigo a correr! Não tem jeito!
Subo tuas escadas de rimas.
Por teus corrimões de poemas,
Desço, como uma criança traquina,
Em repleta algazarra e alegria;
Oh! Livro! Encantas-me sempre!
Ah! ...E, se fores de poesia!