***DEITE-SE NO MEU COLO***

***DEITE-SE NO MEU COLO***

Eu me deleito num corpo livre e saltitante

De olhos vazios e tão tristes na imensidão

Eu já fui como ele, um perdido caminhante

Que d'alma até se desvencilha na escuridão!

O coração vive em constante conflito,

Sem poder separar a emoção da razão

Dentro deste ser cresce mais um mito,

Que sempre se dedicará a perfeição!

Mas, como você se permite a ser assim?

Neste nosso mundo tão vil e tão insano

Esta lucidez tua, será mesmo o teu fim,

E o faz sentir como um sopro, um minuano!

Me diz como vou cavalagar no teu restrito espaço

Se por medo, não quer, ou tem comprometimento,

Ainda carrega dentro de si, tantos mil estilhaços...

Que o feriram em alguma fase do seu crescimento!

Levante a tua cabeça e se deite no meu colo,

Pare de tentar a escalada em lençóis rasgados

Pois, no meu colo, te guardo e o firmo num solo,

Para nunca mais ver os teus sonhos acabados!

Irlene Chagas

A Poetisa do Amor

Irlene Chagas
Enviado por Irlene Chagas em 06/06/2012
Código do texto: T3708518
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