***DEITE-SE NO MEU COLO***
***DEITE-SE NO MEU COLO***
Eu me deleito num corpo livre e saltitante
De olhos vazios e tão tristes na imensidão
Eu já fui como ele, um perdido caminhante
Que d'alma até se desvencilha na escuridão!
O coração vive em constante conflito,
Sem poder separar a emoção da razão
Dentro deste ser cresce mais um mito,
Que sempre se dedicará a perfeição!
Mas, como você se permite a ser assim?
Neste nosso mundo tão vil e tão insano
Esta lucidez tua, será mesmo o teu fim,
E o faz sentir como um sopro, um minuano!
Me diz como vou cavalagar no teu restrito espaço
Se por medo, não quer, ou tem comprometimento,
Ainda carrega dentro de si, tantos mil estilhaços...
Que o feriram em alguma fase do seu crescimento!
Levante a tua cabeça e se deite no meu colo,
Pare de tentar a escalada em lençóis rasgados
Pois, no meu colo, te guardo e o firmo num solo,
Para nunca mais ver os teus sonhos acabados!
Irlene Chagas
A Poetisa do Amor