Tiro Certeiro

No enlace a dois, a escolha de um amor

dever ser como um tiro certeiro!

Ou seja: alcançar um alvo, único, sincero, almejado.

Bem se nota que ninguém nasce com bala no cartucho,

não sabemos mirar o alvo,

e muito menos atirar e acertar da primeira vez.

A juventude é a oportunidade

de se aprender a difícil arte de se acertar o alvo desejado.

Nessa fase de descoberta do amor

alguns atiram uma, duas, três vezes ou mais!

E quando acertam o alvo, é um objetivo atingido,

meta cumprida, alegria alcançada, casamento ungido.

Acertar o alvo certo exige prévia pontaria aprendida na juventude.

Contudo, na escola amorosa do tiro ao alvo

existem mais dois tipos de atiradores.

Há os atiradores míopes que invertem a ordem de tudo.

Dão o primeiro tiro na vida, e claro, erram o alvo!

Mas a miopia induz eles a concluírem erroneamente: Atingi o alvo!

Mas depois de algum tempo de bonança,

o tempo se fecha, a tempestade chega, a janela embaça,

e a miopia se dissipa... Passam dias, meses... anos.

E o míope conclui tardiamente: Errei o alvo!

Com isso está instaurado o descompasso,

e o desequilíbrio, e o desvio, tanto do tiro quanto da conduta.

Atirou, atira e continua atirando, várias vezes,

e errando a ermo, e para todos os lados,

pois o míope habituou sempre arriscar sem antes treinar.

Desvio.. é palavra muito bem apropriada,

pois um míope continuará aitrando, decidindo,

errando, juntando e separando,

tudo isso na ânsia de um dia realizar certeiramente

o sonho do primeiro tiro malfadado e mal dado.

Mas há também aqueles de visão aguçada... os Atiradores de Elite.

Eles treinam, treinam, até estarem aptos a acertar o alvo.

Mas, por uma triste desdita, até os de visão privilegiada

também erram o alvo.

A diferença em relação aos míopes, é que os atiradores de elite,

mesmo após muito treinamento na juventude, quando erram o alvo,

não continuam tentando acertar outros alvos,

eles simplesmente param de atirar!

Mesmo tendo alvos na mira (e tendo boa mira!),

o fiel atirador de elite só age com a ordem

do seu superior comandante... o coração.

Ele sabe que tiros inconsequentes em alvos indevidos,

geram aventuras curtas, e podem trazer consequências ruins.

O atirador de elite não vulgariza a sua habilidade,

e por isso prefere não atirar várias vezes.

Ele não experimenta vários cartuchos ou várias armas,

pois sabe que se agir com egoísmo

pode ferir ou até mesmo matar pessoas com seus sentimentos.

Assim, os atiradores de elite guardam a cartucheira.

Eles são especiais, valorizam o seu aprendizado,

limpam e ocultam, engavetam a sua arma.

Eles consideram por demais preciosa e valiosa a sua mira,

para que não sejam tidos como aqueles que atiram

para todos os lados, tornando-se banais e comuns, iguais a todos.

E por serem assim, diferentes, eles guardam sim,

uma última bala... essa especial...

para uma tentativa de esperança derradeira,

uma pontaria certeira no alvo tão idealizado...

Tendo apenas uma bala (de prata?)

Não... uma bala de ouro,

eles buscam O tiro do Amor verdadeiro,

do destino derradeiro, como a bala de ouro depurada.

Carlos D Martins
Enviado por Carlos D Martins em 05/06/2012
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