A dois passos

A dois passos e uma parede,

de dois braços e uma deusa,

estarei perto, ou distante?

Do coração quem conhece?

às vezes o estranho parece,

que é um antigo habitante…

A dois passos e uma parede,

d’uma encantadora habitante,

que nem me parece estranha;

É o coração quem conhece,

e para os braços da mi’alma,

qual distância, é tamanha?

A dois passos, minha alma,

já se foi, cruzou a parede,

e ora habita do outro lado;

anelo do coração vira prece,

quem sabe a alma que canto,

já tem também se mudado!

A dois passos minha alma,

Saiu de mim, e me deixou,

nem escutou meu protesto;

afinal, o coração prevalece,

e já que a alma foi pra ela,

venha, pois, buscar o resto…