TE AMANDO
O ar silente, o respirar veemente, profundo
Revela nosso desejo, o fogo que nos move, ardente
Minhas mãos buliçosas, mapeiam, tangem, corrompem
As planícies indefesas do seu corpo quente
Estamos entregues e ofegantes no leito macerado
Minhas mãos ávidas percorrem seus contornos delicados
Glândulas expostas, olhos vidrados, na pele arrepiada,
Corpos pulsantes em arco retesados
A língua, serpente febril e luminosa
Lacera-se, expõe-se e recolhe-se, enrosca-se molhada
Na vertigem que pulsa em torrente
O amor explode, denso e inevitável….
Agora é tropel de cavalos, é tempestade
Diques estourando, explosões inconsequentes
Corpos fundidos, terremoto rasgando a terra
Motores rasgando, derrapagens, arrancadas
Relâmpagos clareando o escuro da mente!