O FIM NÃO É O FIM
O FIM NÃO É O FIM
Metáforas que me aderem
Ao transpirar em letras o que entendi
Faço-me loucamente desatenta
Finjo que nunca te ouvi.
Finjo que não folheei páginas da tua alma
Que não cheguei ao capítulo da dor
Que tuas palavras estão protegidas
Protejo-te também se preciso for
Adormeço nesse fingimento
Não te quero fazer noites insones
Quero só levar-te o meu amor
E preservar teu lindo ar sonhador
Quantas vezes ensaiei
Dizer-te tudo que sabia
Dizer-te que nem tudo é o fim
E que podes me abraçar
Confiar em mim
Às vezes a gente procura
por algo a vida inteira
E quando encontra
Desconfia do céu
Acha que tudo é asneira
E a madeira talha-se
Na forma dos pensamentos
E caminhando vamos
trôpegos
de encontro aos sentimentos.
Um dia ainda me canso
de tanto metaforizar
solto as rédeas dos verbos
e aposto no verbo amar.