APELO DA SAUDADE
Nunca mais apareceu
Aquele que amo tanto.
Hoje o dia amanheceu
Encheu-me de desencanto.
Poderia surpreender
Me ligar de vez em quando
Mas insiste em me dizer
Com silêncio, este nefando
Que nem existo, esqueceu
Do nosso amor, tão bonito
Amor que em mim só cresceu
Se estendeu no infinito.
Saudade arranca meu grito
E confesso essa tristeza
Que num sentido restrito
Roubou-me a paz, com certeza!
Beleza, sim haveria
Nos versos que hora eu teço
Se no teu colo, o meu dia
Mas sombria eu anoiteço.
O meu sorriso de gesso
Não permite a poesia.
E neste estado, arremesso
Somente ai, agonia.
Viste bem, minha avaria?
Como eu sofro o teu desdém?
O teu amor me faria
Um ser feliz... Volta! Vem!