::: ASSIMÉTRICO :::
Não quero simetria, pois a felicidade não é!
Quero a inconstância e a incerteza da vida
(De seu tempo curto ou longo)
A vertigem que a sede traz no deserto.
Desejo nostalgia no futuro e ansiedade no passado.
Quero a irregulariedade no piscar de teus olhos,
A incóginita deste enigma e a chama deste sonho.
Por isso, jogo fora sonetos velhos e outras odes,
Pois na sarjeta da vida assisto o trânsito da existência,
E assim, requeiro carona nesses veículo tortos,
Veículos cheios, mas que esperam complementos.
Neste autmóvel inerte que é o Amor.
Não quero sonhos grandes (sonhos sem vida),
Quero sonhos pequenos e existenciais.
Qua não me fuja a simplicidade do sonho que é,
Ao ser o mais digno sonho,
O sonho de amar.
- Que sonho maior hei de ter além de amar minha mulher?
- Que mais belo sonho almejo que brincar com meus filhos?
De certeza já me basta a morte!
Seja a vida o véu de novidades
Substanciado no amor novo de cada dia pelo mesmo olhar.
Nesta inocência prosseguirei pidão,
Redundando este querer soberbo de ter-te;
Mas que não me eive a tristeza da realidade os meus sonhos.
Sou, portanto, a sombra assimétrica dos meus sonhos,
Um poeta sem rimas e classicismo,
Um escritor de esperanças, sonhos e petições.
Não quero simetria! Qua a vida não é!
Que amor não tem lógica, regras ou simetria
- Tem somente...
Mero sentir.