Só uma palavra...
...toma-me na estranha e negra agonia
que assola os caminhos do meu prazer
toma-me agora, antes que desfaça o dia
antes que eu desespere o meu querer
aceite o templo do corpo como a fome
como um sol alimentando todo o ventre
- arda ou deixe que eu me vá, incólume -
não me prenda se não é amor que sente
que o tempo é de futuro, é um novo jogo
não há muro, não há terra, não há nada
não há castelos, passado, chuva ou fogo
só há uma palavra, mágica, encantada
que retumbará, ecoará por todo o rochedo
que trará, ao nosso encontro, a certeza
de que não se sujeita à covardia ou medo
e é a única que me cobrirá de delicadeza.