AMOR

o amor,

às vezes

é propagação

de uma música antiga

nas ondas do coração

enquanto a

luz da madrugada

surpreende os olhos

da insônia.

às vezes

o amor

são pedras

sob o ribeiro raso;

diamantes fugazes

num flash

de plenilúnio

dormindo no fundo d’água,

seguros e inatingíveis.

o amor,

às vezes

é mudo toque;

incerta coincidência...

sua imagem,

no entanto,

alegra a face

dos nossos caminhos.

às vezes,

o amor

é leito

sem perfume;

espinho

no talo da flor

esperando ferir...

dor advinda do prazer,

faz lágrimas rolarem.

às vezes,

o amor

é esperar a aurora

sem limitar

as rodas do tempo;

é cair e flutuar

dentro do seio da noite;

e, do vento gelado

desvendar

segredos...

o quebrar da voz,

os suspiros...

o amor,

às vezes

é um cavaleiro

desconhecido

que arrasta

sua sombra

através dos corpos,

sem triscar na alma;

continua forasteiro

pela vida afora...

às vezes,

o amor

é sorriso rasgado

de tristeza;

olhar a meio-pau,

pupilas titaniquianas,

afogadas no

derramar d’alma;

sem máscara,

sem lágrimas.

o amor,

às vezes;

não pode

ser traduzido.

Rocha Poema
Enviado por Rocha Poema em 31/05/2012
Código do texto: T3697856
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