Lupus Aurum
Minha vontade nem sempre é soberana
mas meu desejo se atreve e vai pelo sonho,
- então o que faço é costurar uma trama -
e o deito e o tenho no verso que componho.
Talvez não atinja teu peito como eu queria,
talvez não me faça presente no teu universo,
talvez nem vague pela lembrança do teu dia,
talvez seja só algumas linhas do teu verso;
Mas eu o trago dentro e já te pertenço,
eu o trago na lira, na loa e numas visagens,
eu o tenho, eu o pressinto, eu o reconheço,
em cada arrepio fundo das minhas viagens.
E já te encontro na letra, te recebo homem,
te desejo inteiro e o acalento por dentro,
te absorvo, sugo, mastigo, engulo na fome,
- te faço minha dança e meu movimento -