PASTEL COM MEL
Te convidei a comigo voar
Vi cair seu negro olhar
Doloroso o morro
Sem remédio nem socorro
Me seguir até onde pude ir
Alegria no planar
Seus dentes a brilhar
Meu sorriso vencedor
Invadiu o corredor
Ofereci um pastel
Do seu olho rolou mel
Entre abastados me aprumei
Vejam derrotados! correi
Olhem os rastros sublimes
Refletidos nas vitrines
Da mulata que conquistei
Santo eu! que te levo pela mão
Admirado pela multidão
Meu puro coração, minha decepção
Minha palma no corrimão de sua alma
Beijar-te com calma
Fosco, tosco, distante afagar
Limpo, fútil, sincero oscular
Exultante apesar de pesares
Dono do seu amor
Apesar de prazeres
Mares que flutuamos sem naufrágio
Brilhamos, agora... adágio