POR QUE NÃO FOI VOCÊ?

Qual a razão que deu aos ventos tão injusta autonomia?

Varrendo de minha agonia seus parcos lampejos de alento

Que por tão lindo sentimento contrariou sua própria anatomia

Fazendo o que o amor jamais faria, sem socorrer meu coração sedento!

Que tal dizer-me o tal silêncio qual a razão dessa loucura

Que deliberou à manhã escura seus ornamentos de nudez

Na estridência da mudez em precipício de cruel agrura

Que só de longe mostra-me a ternura que nunca fiz a quem me fez!

Ressentimentos que despencam nessas pétalas despidas

A gotejar seivas fingidas pra não flagar no mundo a sua sequidão

Querendo o beijo da contra mão, sem a feição das despedidas

Crendo em cenas iludidas de um teatro sem encenação!

Porque se era pra ser luz, por que não veio a mim o alvorecer?

Se o imposível não consegue desfazer o que a eternidade desistiu de terminar

Se o tempo insiste em avançar nos passos largos desse seu retroceder

Então por que não ensinou você a me querer tal como vivo a te amar?

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

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Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 29/05/2012
Código do texto: T3694018
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