Degraus de beijo
Continue esse beijo
Que da boca
Não tem resposta
Silêncio
Atrás da porta
Calmaria
Em maus
Costumes
Corre esse beijo
Nessa encosta
Desordem
Na linha
Atrás
Das costas
Grito
Preso
Em bons
Costumes
Grita
Ensejo
Alivia
A torta
Fingida
Lisa
Que se encosta
Afunda
Em superfície
Há tempos
Gosta
Transborda
Fuma
Respiração
Resposta
Profunda
Aspira
Embriaguez
Perfume
Cheira
Esse beijo
Que não
Se assume
Transpira
Qualquer coisa
De ciúme
Derreta o lume
Mistura
Doce
Que escorre
Suspiro
Dilua
Esse beijo
Que não
Concorre
Em gosto azul
E de petróleo
Ouro
Líquido
De ourives
Que planta
E colhe
Ausência
Desiste
Abomina
As normas
Esse é o vício
Que se
Devora ....
Come
Esse beijo
Nada afoito
Suspeito
E disforme
Sempre
No meio
Do nome
Falta
Limite
Desaforo
Insiste
Vogal
Transforma
Do conceito
Em suma
Súmula
Fora
Pústula
Vestida
De ardor
Desnuda
Em pudor
Transgride
Regressa
Deturpa
Encorpa
Veste
Esse beijo
Que não
Tem forma...
De qualquer jeito
Atrás da porta
Alisa
Esse beijo
Que se enrosca
Emaranha
Em dias
A tua volta
Desliza
Água
Escorrega
E cola
Gruda
Esse beijo
Não me consola
Infarta
E volta
Do fundo
Sobe
Bate a aorta
Vida pulsa
É tua
Prosa
Deformada
Insidiosa
Nítida
Embaraçosa
Da boca
Goza
Riso
Foge
Dito
A palavra
Arvalapa
Cresce árvore
Frondosa
Ininteligível
Fala
E
Cala
Quando cai
Em si
Ouve
Vê
A mesma
Resposta
Esse beijo
Que é derrota
Entregue
Em mãos
Na tua
Porta....
Abre
Esse beijo
E me digas
Se
Gostas......