Pranto d’Alma

Entrego-me de corpo e alma

Ao testemunho das palavras sem voz,

Ou talvez ao mistério que as cerca

Com a beleza da melancolia,

Ou pela simplicidade de serem ditas!

Sou passageiro deste tempo,

Dando ao sentir meu peito como guarida!

Doou-me há cada verso,

Seja ele um resgate do passado,

Ou a essência do presente sendo salvo

Num pequenino relicário provido de magia

E uma taça cheia de esperança!

Da solidão quero a brandura das nuvens,

O som de todas as flores alimentando

Meu estro, minha pescaria de ilusões!

Da poesia, sou criador ou criatura?

Não posso ver o amor,

Mas posso senti-lo como o vento,

A brisa sussurrando nos cabelos

Trazendo o perfume da chuva

Que regou a terra e trouxe

A colheita do pão!

Quem sabe traga também,

A saudade sem dor!

Auber Fioravante Júnior

27/05/2012

Porto Alegre - RS