Náufrago e solidão
Perdido em uma ilha,
como um náufrago eu estava,
ao longe meu veleiro,
Linda embarcação,
velas brancas, em mastros cor marfim,
roldanas polidas e brilhantes, amarras e nós,
as escotilhas, um deslumbre só.
Ali parado, encalhado,
sem porto, sem rota e sem destino,
beijado pelas ondas,
acariciado pela brisa,
um balançar suave, parece ter vida.
Minha vida a ele daria,
para que a outros trouxesse alegria.
Mas tanto ele quanto eu,
paramos no tempo, um tempo que nos consome.
Restam as lembranças dos dias de glória,
navegamos por sete mares,
levados pelo vento,
este era o nosso tempo.
Não fui capitão, marujo, tão-pouco pirata,
desta embarcação.
Que hoje, na areia descansa,
é meu porto de solidão.
Autor Karlos Brasil
Todos os Direitos Reservados
FBN