Toque…
É uma da manhã
A hora de deitar
A hora de nos termos
Um ao outro
A hora de te tocar
Mas apesar de o conseguir
Sinto que a tua cabeça
Está num outro lugar…
Porque o toque
É um todo
Que se quer completo
Mas quando eu te toco
Sinto que estás algures
Menos que estás perto…
Estás longe
Embora a tua pele diga o contrário
E sinto que entras em contradição
Porque o teu toque tem apenas uma parte de ti
Porque a outra
Está perdida algures na imensidão…
No espaço profundo
Que era suposto a mim apaixonar
E não te servir de refúgio
Por onde costumas escapar…
Perante a minha impotência
A minha incapacidade
Perante este tipo de separação
A minha incapacidade
De ler nos teus olhos
O mistério desta cisão…
Porque como no espaço profundo
Os teus olhos escondem o mistério
Desta separação
Mas ao passo que podemos mandar sondas para lá
Para esse espaço
De forma a descortinarmos o que ele esconde
Por muito que te inquira
Nunca sei o que se passa realmente contigo
E sinto então
Que esse espaço profundo espacial
De mim
De nós
Está bem mais perto…