O AR DA MANHÃ
É um ar diferente, não sei dizer se mais frio ou menos
Destemperado de outros paliativos fora do tempo, não sei
Só sinto que não tem a mesma temperatura de outros momentos
Parece-me que nem se trata de temperatura, suave ou amena
É uma questão de sentir o ar no tempo, misturado ao acaso
Se não me desperto por imposição do dever, fico inerte
Curtindo este ar um tanto mágico que se inicia como menino
Talvez esteja no orvalho a grande diferença, umidade virgem
Traz indiferença, sinto falta do misto de pureza com pecado
Nada virgem me atrai, prefiro a experiência da mulher nua
Aquela que nada sabe e fica buscando aprender, sempre...
Vou dormir, ainda sentindo este sono do ar da manhã
Se não me despertas deixarei de lado o meu corpo frio
Umedecido pelo orvalho deste irresistível ar da manhã
O que isso distante soa, é o amor ou o vento apressado?
Por isso é sempre minha opção o ar da manhã com amor
Cores, umidade e todas vestimentas de uma nova aurora
Não me abandone neste caminho onde não sei caminhar
Se fores muito longe ou para o improvável, vou contigo
Não tenho destino definido, melhor buscar o teu carinho
Nada saberás dessa madrugada onde a chuva se aproxima
Pretendendo alterar o inesgotável prazer do ar da manha