Entrega
Na imensidão da noite rasteja uma pena,
roubada a chama dos lampiões da rua uma alma flutua.
Perdido o sono,estou aqui
a vagar solitária como a morte.
Porque todos que abraça desfalecem,
e num silente e gelido ósculo se vão.
Caminhando neste vale tantos a chorar encontrei,
corações e espirítos envenenados a quem nada devolver a paz pode.
A luz dos seus olhos esmaeceu numa face sulcada de lágrimas,
nenhum sorrir é bem vindo no macilento e continuo prosseguir dos dias.
Ainda assim prefiro estar na rua,
minha casa está sempre tão repleta de sombras ondulantes e fria como uma pedra de sepulcro.
Ah, estrelas,distantes e benditas me recordam sempre do teu sorriso velado,
quando juntos me chamas de pálida feiticeira,porém foste tú
que me lanças-te um quebranto para me roubar o coração.
Então,toma-o que teu,reclama agora com beijos e flores a tua posse mais desejada.
Beijos e flores, compensar a anos de espera, mesmo que minha carne apodreça meu espirito bradante e ditoso , lutará até o fim. Mesmo os demônios ou os anjos do céu, nada temerei, pois o nosso amor triunfará.