Pétala-Flor
Quando dei por mim
A partitura estava desnuda,
Recitando suas notas como a brisa
Soprando suave, inventado um dançar
Pelos cabelos soltos, no decifrar d’alma!
A bebida dos deuses estava nas taças
Sobre a cômoda enfeitada de brilho,
Um gole entre as planícies, outro nos lábios,
E a melodia das mãos encenava-se pelos guias da noite
Pairando em serenata, navegando em silêncios!
Não havia velas, apenas uma lamparina
Quebrava a negritude, o calar do quarto da lua
Ofertando ao âmago sons que só a pele
Podia ouvir e sentir pelos mistérios do idílio
Escritos em apreços e laços estreitos!
Dentre os entalhes dos tecidos,
Palavras descreviam a fragrância, herança
Saciando a saudade, o dolorido vazio se mostrando
Em palavras que falavam de paixão, de amor,
De uma peça que deixou no cenário, pétala-flor!
Ide aos céus este versos,
Pois as luzes são do coração!
Auber Fioravante Júnior
19/05/2012
Porto Alegre - RS