Etéreo Sentir
Somente hoje, nesta noite
Eu não tenho a companhia do luar
Mesclando de prata tudo que faz parte
Desta solidão às vezes quase infinita
Como os versos compondo o destino!
Ao fechar as pálpebras,
Vem-me a lembrança à pele aveludada
Tornando escultura de ternura o alvo lençol,
Aquecendo o sentir desnudo, úmido,
Como a face depois do pranto gentil!
O som dos sinos nunca deixou cantar
Preenchendo cada lacuna, cada segredo,
Com a delícia dos beijos, o afago dos abraços,
A canção suave dos gemidos... Quimeras,
Trazendo do relicário um querer de esperança!
Quando voltou as minhas folhas,
Na alma sinto o ecoar da dor,
A ferida rompendo o silêncio
Das noites sem sonhos, nem ilusões,
Somente o breu da madrugada...
E a estrela a comungar o olhar!
Dentro do peito,
Pulsa o amor, em semente, flor e raiz!
Auber Fioravante Júnior
18/05/2012
Porto Alegre - RS