Declaração de Amor

(e o poeta cai na armadilha)

Ó maravilha! Voará ainda?

Sobe e as suas asas não se mexem?

Quem é então que o leva e faz subir?

Que fim tem ele, caminho ou rédea, agora?

Como a estrela e a eternidade

Vive nas alturas de que se afasta a vida,

Compassivo, mesmo para com a inveja...

E quem o vê subir sobe também alto.

Ó albatroz! Ó minha ave!

Um desejo eterno me empurra para os cimos

Pensei em ti e chorei.

Chorei mais e mais... Sim, eu amo-te!

Friedrich Nietzsche, in "A Gaia Ciência"

Zorro Poeta
Enviado por Zorro Poeta em 18/05/2012
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