GUERRA INTERIOR

Tem dias que acordamos como Hiroshima

Devastado pela dor, mas com força pra dar a volta por cima

É dos cacos e entulhos do meu orgulho que renasço

Não é preciso muito quando se quer dar um abraço

Às vezes é necessário se esconder para aparecer

O sumiço me faz ser visto por você

Nas noites escuras entre minhas juras que me faço perceber

Meu silencio é simplesmente silencio, nada de paranóia

Escondo-me em meu cavalo fico surdo e até me calo

Que assim atravesso por seu muro e te faço minha tróia

O amor começa bijuteria se banha na prata da lua e se torna jóia

Quantas guerras eu terei que combater pra te provar

Que o choro é a forma mais nobre de amar

Não veja em minhas lagrimas um sinal de fraqueza

Homem que é homem chora, chorar faz parte da nossa natureza

Amo-te hoje muito mais que amanhã porque hoje você é minha

Amanhã posso não estar aqui pra lhe dar todo o amor que ontem tinha

Se sobreviver a terra meu eu também sobreviverá à guerra

Por você não me importa que tenha que guerrear com Iraque e Vietnã

O mais importante é que a noite estarei na nossa cama

Praticando a paz ao som do Djavan

(Mauricio Ife)