Um canto para Lúcia no jardim da nossa casa

Era casa e varanda,

jardim depois da cerca.

E no alpendre a viola descansa os tons.

Uma moda antiga, e Lúcia debruçada na janela.

Faceira, menina, mulher.

Uma moda antiga, e nós nem vivemos ainda.

Eu olhava aqueles olhos enquanto os dedos corriam nas cordas.

A voz tímida entoava os versos. Para Lúcia.

No meio de nossa sorte,

a felicidade cantava junto.

Um coro de paz e de harmonia,

que os anos levaram para longe.

Ela partiu para o infinito,

e do jardim da casa, depois da cerca

ficou a rosa que não quis morrer.

Eu cá, no mesmo alpendre, guardei a viola,

as modas, o cantar.

Tem dias em que me sinto só.

Será saudade?

De Lúcia? Da casa? Do jardim?

A viola, talvez?

VALBER DINIZ
Enviado por VALBER DINIZ em 15/05/2012
Reeditado em 15/05/2012
Código do texto: T3669332
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.