Na arrebentação



 
Quero que você fira meu coração,
me apunhale  de morte com seu amor!
Não tenha pena, empurre a faca da sua vida,
até me sangrar e ver meu sangue escorrer,
correndo célere para o teu oceano de afeto.
Nunca necessitei tanto de desabar, desmoronar-me
nos seus quentes braços , que querem tanto
me aconchegar. Oh!  Amada, estou no cais,
no ponto da rebentação, onde o mar e o rio
se chocam para se unirem sem receios.
Nesta longa espera, não dormi mais.
Oh! Amada,  o que falta para a nossa união?
Penetre neste cais, com estrondo, e me arrebate de vez!