*Envelope Fechado*
Sabido o que lhe precede
Rumo ao desconhecido
O leque balança o tempo
Como um pêndulo invertido.
Namoro meu próprio braço
Que namora a tua mão,
O portão está aberto
Entro sem um tostão.
O amor faz cara séria
Senta-se à mesa ao lado
Na toalha da rendeira
São só dois os convidados.
A colher serve o banquete
É fundo o que traz o prato
A coragem vê supresa
Um envelope fechado.
Nos olhares esverdeados
De um relógio sem ponteiros
O envelope é aberto
Tu e eu os dois inteiros!
Canos, 03 de novembro de 2006/RS