O CADERNINHO (de pai pra filho)
O CADERNINHO (de pai pra filho)
Carrego no bolso um caderninho cheio de páginas em branco.
O ganhei de uma maneira inusitada em meio a situações inesperadas
pois não esperava, o dono do tal caderninho
partiu de repente, sem dizer adeus para uma outra morada.
Passei a mão no caderno e insistente, passei a virar páginas
para ver se encontrava motivos para ser o tutor de tão bela obra
De noite ou de dia, lia e relia lindos momentos
e pensava como viver, ao mesmo tempo acontecer
exemplificar em novas linhas, demonstrar os sentimentos
o que o antigo dono com maestria fazia transformar
simples linhas em exemplo de se ver.
E assim se fez...
Como mágica, palavras tornaram-se amigas inseparáveis,
e parecendo um verdadeiro escritor,
fiz poesias, usei fantasias, encontrei um amor.
Agora cada verso tornam-se fatos, cada frase uma memória
Onde o melhor estava por vir...
O tal caderno ficava volumoso, admirado por mim e por todos.
Nele agora se faziam novas histórias
De um lindo personagem, um novo sorrir...
ele segredou um encontro, numa outra dimensão.
Intuitivamente percebi que o responsável destas palavras
fora aconselhado, abençoado pelo ex-dono do tal caderninho.
Com o tempo acredito que lhe confiou nobre missão
como eu em outrora, pois chegou em formosa hora
tornando-se motivo de minha inspiração.
Foi tudo tão simples...
Não precisaram muitas leituras
comecei a fazer minhas próprias escrituras.
Desta forma lia no caderninho já meio amassado
como se fosse ontem, em sábios conselhos alguém dizendo:
és futuro dono do caderninho, serás cercado de carinho,
mas é segredo, chama-se João Pedro
e sem perceber vai conquistar seu coração.
Poesia em homenagem ao meu filho João Pedro.