Não é por acaso que te olho tonto

Não é por acaso que te olho tonto

e você sempre me escapa

Teus olhos secretos fazendo dos meus

Meros secretores de lágrimas

No alto das casas o gatos num escândalo

em época de amores

O que os gatos fazem que a gente não faz

é pôr o todo pra fora

Por que você não grita pra mim?

Dá um não ou um sim

Diz se sentes amor ou ódio

Por que você imita a flor no jardim

Um dia tuas pétalas caem

E lá se vai teu esplendor

Pros outros que não sabem q'eu sei

Que tu és tão linda; teu interior

és mais bela; mesmo sem ser flor

Toda beleza está por ir

Mas não essa daqui

Do meu íntimo amor

Eu te faço canções pra ninares comigo

Eu te faço canções para ser teu amigo

Em minhas confissões; meus pecados contigo

Eu não tenho paixões sem nunca te ter

E mais uma vez meu olhar

Meu andar desatento

torna o vento é mais lento

no alento que me trazes ao passar

Um presente ao olhar

Mas do que mais gosto

é de ouvi-la falar

E cantar a canção que mais gostas

Eu recitando os meus versos

Perversos sentimentos afora

Afloram desejos de beijos

Quero tocar nos teus lábios agora

e agora? o que fazer com essa fome

e agora? e agora....

Eu tocaria o teus lábios tão leve

Mas não garanto que serei tão breve

Paro no teu olhar

Respiro teu hálito

Pairo mesmo ao parar

Feito estátua ao teu lado

Eu estou a dançar

Com os pés ao chão colado

Não é por acaso que você me escapa...

Eu me enrolo nos ramos da flores

Fico gago só de querer dizer

O que disse a mim mesmo

e nunca digo a você

Eu te espero passar pelas ruas

Você me passa quão fruta madura

Quero mordê-la aos pedaços

Sem querer lhe machucar...

Quem se machuca sou eu....

Me despejei do meu coração

Tudo eu fiz pra deixar ruir

Meu peito ao tentar te afastar

Você quem me fez covarde

E nem tem culpa de nada....

Lopes Neto
Enviado por Lopes Neto em 13/05/2012
Reeditado em 13/05/2012
Código do texto: T3664834
Classificação de conteúdo: seguro