ardor

escrevi uma carta de repente

mas para um eu não valeria

uma carta e um destinário ausente

de certas dores a alma feria

...certamente palavras cabíveis

repousei-me no concreto ardor do sol

que olhou para Maria e calmamente

disse que pesava no ombro

disse-lhe:é o peso da consciência

veja a bela noite que surgiu do nada

o tempo passou e teus olhos fechados

e com o piscar dos olhos sentia

a dor eterna dos namorados

que namoraram as rosas

que roubaram as rosas

e que traíram o que amavam

e na prata de repente

só a marca e o incomodar do calo

pesava a mão, pesava o braço

e ombro sempre aguentava

só nunca percebia

que era a consciência que pesava

ingrid paes
Enviado por ingrid paes em 11/05/2012
Código do texto: T3662357
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