SEM RIMA 92.- ... façamos Amor ...
Olhos de Boneca enviou a “Recanto das Letras”, em 08/09/2008, um poema que respondeu Marcos Loures. Ambos poemas, num só (Código do texto: T1166861), foram intitulados
FAÇAMOS AMOR... mas fale baixinho...
O gozo da morena tu terás
é só seguir seus preceitos
te espero, e tu virás
sem qualquer preconceito ...
Gozo, cheio de amor,
insano, profano
carente,
indecente ...
(ivi)
Querida, me perdoe ser tão franco,
Tem gente recatada no recanto
Que tendo o seu destino tolo e manco
Ao ver alguém gozando; rola o pranto...
(Marcos Loures)
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Eu, atrevido, mas sem procurar uma “ménage à trois”, comento o diálogo de ambos os poetas:
Perante tanto amor e tanta sinceridade,
deveria calar: só repetir o poema, duplo,
da Olhos (ardentes) de Boneca (vivificadora)
e do Marcos (prudente) Loures (sonhador)...
Mas, apesar de tudo, com ela e com ele
proclamo:
“Façamos amor”... “Amor” maiúsculo
e insano e indecente, mas baixinho,
para não despertar a Natureza toda,
que nos abraça maternal, e as Divindades
todas, que dançam joviais as melodias
das esferas em volúpia universal...
Atendamos ao conselho da prudência,
mas também ao convite dos sonhos:
“Façamos Amor” em carne e pele,
em espírito e fervenças,
como se fôssemos anjos sem preconceitos,
como se, corpos transfigurados,
as sombras não fossem sombras,
as fendas não fossem fendas,
os gozos não fossem gozos,
nem a virtude virtude e recato,
nem o vício vício de prazeres
procurados
com ânsia
furiosa
e
descontrolada...