Um Tango pela Noite
Um passo à direita, outro para esquerda,
E o chão de madeira enluarada
Enche-se da magia das sombras
Flutuando entre as vestes esvoaçantes
Da bela encantada e o sonho do poeta!
A melodia flui como a noite
Buscando na madrugada o rodopio pelo salão,
O tempo parou, no instante que deslizou
Sobre os braços do poema e em mais um giro,
Em mais um grito calado no seio insinuado
Pela balada suave dos pés sob o céu estrelar!
Rode... Rode pela grande mansão
Poesia dos versos dançantes,
Voz do verbo sempre instigante,
Sinta-te no voo das palavras descrevendo
O afago novelado, a caricia do orvalho na face,
Na taça que na mesa ficou esperando teu lábio!
Dance... Ah! Dance pelo tango rasgado!
Percebendo no abraço o erotismo das notas
Ganhando a neblina, na sensualidade do olhar
Que trouxe do âmago o amor, da alma a estação das pétalas
Sorvendo nas mãos a contradança dos avessos
Pelo meu gostar, singular em cada lágrima,
Em todo lugar do coração!
Auber Fioravante Júnior
10/05/2012
Porto Alegre - RS