Aquele Amor
De frente para o pôr-do-sol,
Esperando o cair da noite e a onda
Que certamente me trará a nave
A bom bordo das palavras, rosas brancas...
O conclave do que na areia ficou tatuado, sonata...
Como instrumento do desejo
Bebo do vinho me oferecido em pequenos versos,
Vitrais dirigidos à luz da lua trazendo da inquietude
Fragmentos da essência ligados à prece da poesia!
Do entrelace... Restam-me pautas vazias,
Livres para o maestro dos tempos lançar-me
Ao picadeiro pedindo aos céus,
Mais uma oração, o cálice de reversos!
Por estas madrugadas de outono,
Tudo reluz feito sinfonia que inebria a face
Com pranto intuído na nudez de cada página
Deixada no conservatório,
Nas cadentes esgrimas do vento!
Não posso voltar atrás,
Mas posso semear por montes e montanhas
A semente que nunca deixou de arder no sentir,
Que na placidez dos mares me trouxe a voz,
Ecoando em amor sempre forte dentro do peito.
Que as brisas adentrem trazendo a luz,
Aquela luz!
Auber Fioravante Júnior
09/05/2012
Porto Alegre - RS