Amores
Gosto de amores fortes
E gosto de amores leves,
Aqueles que nos destroem
E aqueles que não nos ferem.
Quando nos olhos ardem
As delícias mais indecentes,
Quando na boca calam
Os poemas mais indulgentes.
O que não se pode conter
E se alastra como uma febre,
O que acalanta num sonho
E no pensar amanhece.
O que fulmega e castiga,
O que sossega e enobrece.
Seja na morte ou em vida
É tudo que se persegue
É tudo que se precisa,
Daquilo que não se pede.