Magia de Sentir
Naquele corpo,
Outro dia envolvido em abraços,
Sopravam novos caminhos.
O perfume de outrora já não existia mais;
Era agora a mais pura das essências,
A magia de sentir.
Quando ela o tocou no braço,
Havia algo incompreendido,
Um êxtase que lhe fez borbulhar,
E misturar todo e qualquer sentido.
Não foi apenas um simples toque,
Era o sopro dos mais fortes sentimentos,
Como pétalas que soltam das rosas,
E perfumam ao sabor do vento.
Mesmo assim,
Precisava ir além, tentar,
Continuar caminho acima,
Perder o medo de não mais poder parar.
Ela mergulhou os dedos entre os pelos do seu braço,
Como pássaro, que se lança no inverno, em vôo baixo rio acima,
Só para provar o sabor do toque da intensa neblina.
E ele respondeu com o calor dos arrepios,
Deixou-se ser lançado naquele mesmo rio.
Já agora,
Duas mentes insanas, ardentes em corpos rosados,
Seres completamente descompensados,
Diante da mais incontrolável das turbulências;
Que sentem, vertem, convertem;
Deságuam em enchentes.
De tirar o calço e molhar as pontas dos pés,
Desfazer os nós dos laços,
Tecer a teia no horizonte desconhecido,,
Ardente, como o fogo que aquece o próprio sol.
Leu nos olhos dela, o mais forte dos desejos,
Como invasor atenuado dos sentidos,
Que vai além do insinuado,
Do que lhe teria sido permitido.
Tal pena fina rubra,
Quase sangrando a folha branca, naquele, apenas seu, suave jeito.
Ela descobriu nos caminhos do seu braço,
Que não há poços profundos, nem segredos, que um poeta não alcance com as pontas dos seus dedos.